Nisso Benedito assomou à porta e abrangendo a casa de um olhar perguntou:

— Ele está aqui?...

— Nhonhô Mário?... Saiu agora mesmo; parece que foi lá dentro.

A preta levantou-se para ir em procura do moço. Benedito a deteve com a palavra e o gesto:

— Deixa!

Advertido por misterioso pressentimento, o preto penetrou no interior, e sem hesitação desceu à Lapa, onde ele esperava encontrar Mário. A claridade da lua cobria de um branco lençol a superfície do lago, deixando imerso na sombra o recanto da penha coberto pela abóbada do rochedo.

Apesar da obscuridade, Benedito percebeu, debruçado sobre o rescaldo da rocha, em atitude pensativa, o vulto de Mário, que voltou-se com o rumor de passos.

— Eu te esperava, disse o mancebo pousando-lhe a mão no ombro. Não quis deixar estes lugares... talvez para sempre, sem dizer-te adeus, sem abraçar-te!...

Hirto e imóvel, o negro velho deixou-se abraçar por Mário, que o estreitou ao peito com efusão.