— Não! não! balbuciaram os lábios trêmulos do velho.

— Não queres que te abrace?...

— Não quero que você vá embora!

— É preciso, Benedito!

— E nhanhã D. Alice?

— Não me fales dela! disse Mário recalcando o peito sublevado por um soluço.

— Mas Deus quer!

— Benedito! exclamou o mancebo com severidade. Tu blasfemas! Deus amaldiçoaria semelhante união! Podia eu nunca amar a filha do assassino de meu pai?

— Assassino!... Quem disse?

— Eu o sei!

— Não é verdade!

— Pretendes negar ainda?

— Não; não é verdade! Eu conto tudo. Vi com estes olhos! Por alma de meu defunto senhor, juro que não lhe engano.

— Fala; quero saber tudo; não me ocultes a menor circunstância, dizia Mário palpitante de esperança, mas ainda traspassado de dúvida.

— A última noite que o meu defunto senhor