vimos, da abdicação geral da função cívica por parte do nosso povo: o governo. O que seja essa força, não se o pode melhor definir do que o fez, na frase já uma vez citada, o eloquente homem de Estado que mediu pessoalmente com o seu olhar de águia o vasto horizonte desse pico – “o Poder é o Poder”. Isso diz tudo. Do alto dessa fantasmagoria colossal, dessa evaporação da fraqueza e do entorpecimento do país, dessa miragem da própria escravidão no deserto que ela criou, a casa da fazenda vale tanto quanto a senzala do escravo. Sem dúvida alguma, o Parlamento no novo regime eleitoral está impondo a vontade dos seus pequenos corrilhos, sobre os quais a lavoura exerce a maior coação: mas ainda assim o governo paira acima das Câmaras e, quando seja preciso repetir o fenômeno de 1871, as Câmaras hão de se sujeitar como então fizeram.
Essa é a força capaz de destruir a escravidão, da qual, aliás, dimana, ainda que talvez venham a morrer juntas. Essa força neste momento está avassalada pelo poder territorial, mas todos veem que um dia entrará em luta com ele, e que a luta será desesperada, quer este peça a abolição imediata, quer peça medidas indiretas, quer queira suprimir a escravidão de um jato ou somente fechar o mercado de escravos.
A opinião pública, tal qual se está formando, tem influência e ação sobre o governo. Ele representa o país perante o mundo, concentra em suas mãos a direção