algarismos são um elevado expoente da generosidade de caráter dos brasileiros. Tanto mais assim quanto são as cidades, onde a propriedade escrava se acha muito subdividida entre numerosas famílias pobres, que se destacam proeminentemente na lista, e não o campo onde há as grandes fábricas das fazendas. Na Corte, por exemplo, com uma população escrava neste decênio de 54.167 indivíduos, ao passo que a morte eliminou 8 mil, a liberalidade pública e particular manumitiu 10 mil; enquanto na província do Rio de Janeiro, com uma população escrava no mesmo período de 332.949 indivíduos, a morte deu baixa na matrícula a 51.269 escravos e foram alforriados 12.849. Em outros termos, na capital do país a generosidade nacional segue as pisadas da morte; na província esta ceifa quatro vezes mais depressa.

Por mais que nos desvaneçamos de ter registrado em dez anos 87.005 manumissões, devemos não esquecer que, no mesmo período só na província do Rio de Janeiro houve um movimento de importação e exportação entre os seus diversos municípios de 124 mil escravos. Isso quer dizer que o mercado de escravos, as transações de compra e venda sobre a propriedade humana deixam na sombra o valor das alforrias concedidas. Também, em todo o país, ao passo que foram alforriados de 1873 a 1882 70.183 escravos, morreram em cativeiro 132.777, ou cerca do dobro. Mas, quando a morte, que é uma força inerte e inconsciente, elimina dois, e a nação elimina um,