esta faz dez ou vinte vezes menos do que aquela, que não tem interesse, nem dever de honra, no problema que está fatidicamente resolvendo.

Pensem os brasileiros, antes de tudo, nessa imensa população escrava que excede 1,2 milhão, e nos senhores desses homens; pensem nos que morrem, e nos que nascem, ou para serem criados como escravos, ou para serem educados como senhores; e vejam se esses 2 milhões de unidades nacionais devem ser ainda entregues à escravidão para que ela torture umas até a morte, corrompa as outras desde a infância, e se os outros milhões de brasileiros restantes devem continuar a ser os clientes ou servos de um interesse que lhes repugna e a viver sob o regime universal e obrigatório da escravidão tornada um Imperium in Imperio.

Assim foi em toda parte.

Como os rios brilham com cores diferentes, mas a cloaca é sempre a mesma [escreve Mommsen estudando a invariável pintura da escravidão antiga], assim a Itália da época ciceroniana parece-nos essencialmente com a Hélade de Políbio e mais ainda com a Cartago do tempo de Aníbal, onde exatamente do mesmo modo o regime onipotente do capital arruinou a classe média, elevou o negócio e a cultura ao maior grau de florescimento, e por fim produziu a corrupção moral e política da nação.

É essa mesmíssima instituição, carregada com as culpas da história toda, que, eliminada da Ásia e da Europa, esmagada na América, proscrita pela consciência humana e em vésperas de ser tratada por ela como