pirataria, se refugia no Brasil e nos suplica que a deixemos morrer naturalmente, isto é, devorando para alimentar-se, o último milhão e meio de vítimas humanas que lhe restam no mundo civilizado.

O que devemos fazer? O que aconselham ao país – que até hoje tem sido a criatura daquele espírito infernal, mas que já começa a repudiar essa desonrosa tutela – os que adquiriram o direito de dar-lhe conselhos? O que lhe aconselha a Igreja, cujos bispos estão mudos vendo os mercados de escravos abertos; a imprensa, as academias, os homens de letras, os professores de direito, os educadores da mocidade, todos os depositários da direção moral do nosso povo? O que lhe dizem os poetas, a quem Castro Alves mostrou bem que num país de escravos a missão dos poetas é combater a escravidão? A mocidade, a quem Ferreira de Meneses e Manuel Pedro – para só falar dos mortos –, podem ser apontados como exemplos do que é a frutificação do talento quando é a liberdade que o fecunda? O que lhe aconselham, por fim, dois homens que têm cada um a responsabilidade de guias do povo? Um, o Sr. Saraiva, escreveu em 1868: “Com a escravidão do homem e do voto, continuaremos a ser como somos hoje, menosprezados pelo mundo civilizado que não pode compreender se progrida tão pouco com uma natureza tão rica”, e disse em 1873: “A grande injustiça da lei é não ter cuidado das gerações atuais”. O outro é o herdeiro do nome e do sangue de José Bonifácio, a cujos ouvidos devem ecoar