vós, impossíveis, importa que os loucos tenham juízo por eles. Os vossos intentos são vãos; porque antes da madrugada vinte homens de armas da terra da Maia terão sido arrastados aos calabouços desse castelo, e talvez a cabeça de ilustre rico-homem tenha rolado aos pés do algoz. Certo cavaleiro, que há pouco trajava um zorame, deve, se cair nas mãos do conde de Trava, acompanhar o nobre senhor neste transe que o aguarda. O cavaleiro do zorame chama-se Egas Moniz, e o rico-homem chama-se Gonçalo Mendes da Maia.
O abade ficara estupefacto ouvindo as palavras do bobo; porém no ânimo do Lidador, o perigo iminente que este lhe anunciava só despertou mais violenta indignação misturada de curiosidade. Como soubera Dom Bibas da vinda de Egas Moniz? Como adivinhara ele os intentos do conde de Trava? Qual era esse meio que se gabava de ter para os salvar? Havia nisto tudo um enigma, cuja explicação era necessário encontrar. O chocarreiro, porém, lhe rasgou o véu do mistério.
Apenas, lacerado dos açoutes e manando sangue das costas, escapara das mãos dos cavalariços e pajens, Dom Bibas fora esconder na espécie de covil, em que vivia, a sua dor