de Trava, prestameiro do Castelo de Faro, nobre homem de Galiza, que de ora avante o filho do conde Henrique é o senhor de Portugal. D. Afonso oferece a sua mãe os direitos, vilas e caracteres do infantático, e a vós livre passagem para o solar e honras de vossos antepassados. Dói-me também, senhor conde - acrescentou o cavaleiro -, de ser eu quem vos houvesse de trazer tão desagradável mensagem.
— Acabastes? - interrompeu Fernando Peres com voz presa e um leve tremor de lábios.
— Ainda não - prosseguiu Egas Moniz. - Devo também declarar-vos que, se recusais a paz, amanhã diante deste castelo, ou sobre os seus próprios muros, se pelejará brava lide, lide que durará até que o juízo de Deus resolva de que lado está a justiça, de que lado a iniquidade.
— Mais nada? - perguntou de novo o conde com um sorriso indizível de escárnio.
— Só uma cousa, senhor conde de Trava - respondeu o cavaleiro com alguma perturbação. - A vós e à rainha era dirigida esta mensagem. Vós tende-la ouvido: resta que ela a ouça. Ser-me-á permitido falar-lhe?
— Antes disso, cavaleiro - replicou o conde, em cujo rosto transparecia a luta que tinha consigo