Passatempo e engano! Alguém mentia ainda há pouco, dizendo que hoje me seguiria, alguém escarnecia o meu amor, porque vendera sua inocência ao estrangeiro, e talvez me vendeu a mim! Dulce, quem disse ao conde de Trava que ontem estive aqui?
— Bárbaro, que afrontas a desventura! - replicou Dulce, cujas faces de novo haviam descorado. - Saberás tudo, já que assim Deus o quis... Poucos dias me restam; mas esses não os quero viver caluniada e desprezada por ti... Foi no meio de um banquete de noivado, quando as taças cintilavam erguidas, e as suspeitas carregavam o semblante do cavaleiro que devia estar mais alegre, e o coração da mulher que as outras invejavam estalava de dor; foi então que se ouviu correr pelas torres e atalaias o grito de "inimigos!"; foi ao soar das trombetas, e ao desaparecerem os cavaleiros como relâmpagos, que a mulher, cujo coração estalava de dor, se achou só... Era a noiva: o esposo também partira. Então a desgraçada correu a lançar-se aos pés da rainha e obteve a tua liberdade... Sabes quem era esta noiva?... Adivinhaste-o já. Tive de escolher entre a tua morte e ser mulher de Garcia. Não hesitei. E, todavia, eu era burlada: e tu devias morrer... Agora aqui