estou... Vem, se queres... Fugirás com uma adúltera!... com uma adúltera... Será esse o nome que o mundo escreverá na fronte daquela que tanto amaste!
Egas ficou imóvel olhando para ela desorientado. Depois estendendo as mãos e recuando ainda mais, bradou com um gesto de horror:
— Perdição eterna para mim! Perdição para ti, que me assassinaste!
Dulce considerou calada por um momento aquele horrível delírio. Trémula e cheia de terror caiu por terra murmurando entre lágrimas:
— Egas, perdoa-me o ter-te salvado! Por tua mãe, pelo nosso amor, que foi tão puro, oh, não me odeies. Quem sabe?!... ante nós está a mocidade e o futuro... Foge... salva-te, que ainda é tempo!
O cavaleiro, porém, conservando os braços estendidos e hirtos, voltou a face e respondeu furioso:
— Arreda-te, mulher do estrangeiro! Que pretendes de um condenado? Deixa-me descer ao inferno sem me perseguir até lá!... Fugir! oh, eu fugir?!
E ria com rir medonho.
Dulce arrastou-se para ele soluçando.