No alto dos eirados, encostadas às ameias exteriores, erguiam-se algumas tábuas brancas em cujos topos superiores se viam alvos circulares em preto, onde tinham de bater, vibrando a lança e correndo à rédea solta, os cavaleiros que lançassem a tavolado, na frase daquela época. As tábuas só podiam ser derribadas quando a lança ferisse o respectivo alvo. Vários motivos tinham tido os magistrados do concelho para reservarem o aparecimento dessa nova visualidade para tal conjuntura. O inesperado do espectáculo, a rapidez da edificação, o artístico do desenho, tudo era para eles título de legítima glória. Além disso, a obstrução da liça por tamanha máquina durante a primeira parte do festejo daquela tarde podia ter obstado à perfeição do combate, inconveniente que eles tinham sabido remover com sumo tino, e como varões afeitos a ponderar as conveniências do Estado. Mas que espectáculo era esse a que sem dúvida pertenciam como actores mudos os simulacros das quatro torres? Era o famoso jogo sem o qual quase não se podia conceber regozijo público, o jogo do tavolado, conhecido além dos Pirenéus pela denominação de tabula rotunda, que, remontando pela origem às