ancas, peitos e pescoços dos cavalos terminando em franjas orladas de guizos e cascavéis. Os escudos, ovados, quase iguais no comprimento à estatura do cavaleiro, e geralmente lisos e escuros, ofereciam no centro uma como pequena pirâmide de ferro azerado que na peleja também servia de arma ofensiva quando o homem de armas, posto a pé por qualquer acidente, podia bater com o escudo no saio ou na cervilheira do adversário. Uma espada curta, larga e direita, sem guardamão, cingida ao peito e inclinada para trás por cima do quadril, a lança, e um punhal delgado e comprido, chamado misericórdia, eram as armas que não largava nunca o homem de guerra nobre; porque as mais pesadas, que serviam nos casos extremos, tais como a acha de armas ou o montante, trazia-lhas de ordinário o pajem ou escudeiro, cuja denominação provinha de conduzir o escudo do amo metido num envoltório ou saco, chamado funda, prestes sempre a ajudar-lhe a embraçá-lo antes de começar qualquer recontro ou peleja.
Naquele dia, porém, as lanças e as espadas dos vinte cavaleiros eram botas. A liça de Guimarães fora destinada para representar cenas de guerra sem os seus horrores: para