d’agora por diante. Pelo corpo de sua mãi, juro que farei isso, Luizinha.
— Jurará tambem que não ha de tirar mais a vida de ninguem, ainda que seja de um passarinho?
O bandido reflectiu um momento.
— E si me quizerem matar? perguntou depois.
— Fugirá — respondeu Luiza.
— E si não puder fugir?
— Eu quero que vossê jure, Cabelleira, que em caso nenhum derramará mais sangue sobre a terra, ouviu? Si não fôr assim, tudo estará acabado entre nós.
— Pois bem, Luizinha. Eu o juro. O malvado será de hoje em diante homem de bem.
Luiza fitou-o como um anjo deve fitar um demonio que promette ser anjo. O Cabelleira, porém, não lhe deu tempo para grande contemplação, porque de chofre a tomou pela terceira vez nos braços febris, e desappareceu com ella no meio da escuridão.
Saltar ao cavallo, vencer o vasto pateo, galgar a cêrca, e, em vez de ir em demanda da mata, voltar ao rio e descer pela margem esquerda na direcção do norte, foi obra de um instante para o destemido sicario. Luiza deixou-se conduzir em silencio ao meio do fatal desconhecido.