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sabia muito bem jogar a espada, e melhor a faca, mas o Cabelleira o lambeu.

— Ah! Cabelleira? disse o negro.

— Sim, senhor; elle apparece por aqui ás vezes; eu o tenho visto fazer proezas de espantar.

— Seu Thimoteo, disse o cabra, levantando-se, fez bem em fallar no Cabelleira. Eu quero perguntar ao senhor uma cousa....

Antes que terminasse a sua oração fez-lhe um signal o negro, e elle disfarçou por este modo:

— Mas é já tarde, e nós não nos podemos demorar mais. Vem ou não vem?

— Para onde, senhor? perguntou o vendeiro, levantando-se aterrado por haver finalmente comprehendido que tinha diante dos olhos dous inimigos.

— Saberá depois. O essencial é que nos acompanhe.

— Não posso fazer tal cousa.

Thimoteo recuou instinctivamente quando ouviu as ultimas palavras do desconhecido. Este porém, em um instante o tinha segurado pelos pulsos emquanto o negro lhe passava uma corda nos braços.

— Como é que me fazem isto? perguntou Thimoteo. Querem matar-me?

— Não, senhor, disse o cabra. Vossê ha