A vista dos copos, liberalmente cheios, formou-se um silêncio enternecido. A cocote distribuiu-os por sua própria mão aos circunstantes, reservando um para si. Não chegavam. Quis mandar buscar mais; não lho permitiram, objetando que duas e três pessoas podiam beber juntas.

— Para que gastar tanto?... Que alma grande!

O troco ficou esquecido, de propósito, sobre a cômoda, entre uma infinita quinquilharia de coisas velhas e bem tratadas.

— Quando você, comadre, agora me aparece por lá?... quis saber Léonie.

— Pra semana, sem falta; levo-lhe toda a roupa. Agora, se a comadre tem precisão de alguma... pode-se aprontar com mais pressa...

— Então é bom mandar-me toalhas e lençóis... Camisas de dormir, é verdade! também tenho poucas.

— Depois d’amanhã está tudo lá.

E a noite ia-se passando. Deram dez horas. Léonie, impaciente já pelo rapaz que ficara de ir buscá-la, mandou ver se ele por acaso estaria no portão, à espera.

— É aquele mesmo que veio da outra vez com a comadre?...

— Não. É um mais alto. De cartola branca.

Correu muita gente até à rua. O rapaz não tinha chegado ainda. Léonie ficou contrariada.

— Imprestável!... resmungou. Faz-me ir sozinha por ai ou incomodar alguém que me acompanhe!

— Por que a comadre não dorme aqui?... lembrou Augusta.