tamanho empenho, é pela minha pequena, que precisa, coitada, de um pouco de espaço para alargar-se.

— E eu não cedo, porque preciso do meu terreno!

— Ora qual! Que diabo pode lá você fazer ali? Uma porcaria de um pedaço de terreno quase grudado ao morro e aos fundos de minha casa! quando você, aliás, dispõe de tanto espaço ainda!

— Hei de lhe mostrar se tenho ou não o que fazer ali!

— É que você é teimoso! Olhe, se me cedesse as dez braças do fundo, a sua parte ficaria cortada em linha reta até à pedreira, e escusava eu de ficar com uma aba de terreno alheio a meter-se pelo meu. Quer saber? não amuro o quintal sem você decidir-se!

— Então ficará com o quintal para sempre sem muro, porque o que tinha a dizer já disse!

— Mas, homem de Deus, que diabo! pense um pouco! Você ali não pode construir nada! Ou pensará que lhe deixarei abrir janelas sobre o meu quintal!...

— Não preciso abrir janelas sobre o quintal de ninguém!

— Nem tampouco lhe deixarei levantar parede, tapando-me as janelas da esquerda!

— Não preciso levantar parede desse lado...

— Então que diabo vai você fazer de todo este terreno?...

— Ah! isso agora é cá comigo!... O que for soará!

— Pois creia que se arrepende de não me ceder o terreno!...