HENRIQUETA – Sim; eu te peço, Carlotinha. Se soubesses o que eu sofro...

CARLOTINHA – Como! Meu irmão é tão indigno de ti, Henriqueta, que te ofendes com um simples gracejo a seu respeito?

HENRIQUETA – Eu é que não sou digna dele; não mereço, nem mesmo por tua causa, uma palavra de amizade!

CARLOTINHA – Que dizes! Mano Eduardo te trata mal?

HENRIQUETA – Mal, não; mas com indiferença, com uma frieza!... Às vezes nem me olha.

CARLOTINHA – Mas antes, quando nos visitavas mais a miúdo, e passavas dia conosco, ele brincava tanto contigo!

HENRIQUETA – Sim; porém, um dia, tu não reparaste, talvez; eu me lembro... ainda me dói! Um dia vim passar a tarde contigo, e durante todo o tempo que estive aqui ele não me deu uma palavra. CARLOTINHA – Distração! Não foi de propósito.

HENRIQUETA – Oh! foi! Desde então essa janela nunca mais se abriu. Agora posso dizer-te tudo... Eu o via do meu quarto a todas as horas do dia; de manhã, apenas acordava, já ele