EDUARDO – O que é que trocaste?

PEDRO – Verso feio da viúva para sinhá Henriqueta; verso bonito de sinhá Henriqueta foi para a viúva.

EDUARDO – De maneira que estou com um casamento arranjado com uma correspondência amorosa e poética; e tudo isto graças à tua habilidade?

PEDRO – Negócio está pronto, sim senhor; é só querer. Pedro de vez em quando leva uma flor ou um verso que senhor deixa em cima da mesa. Já perguntou por que V.M.ce não vai visitar ela!

EDUARDO (rindo-se) – Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento!

Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar o teu gênio industrioso.

PEDRO – Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! V.M.ce perdoa; foi para ver senhor rico!

EDUARDO – E que lucras tu com isto! Sou tão pobre que te falte aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?

PEDRO – Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que senhor