troleo em que se assenta Mato Grosso. Detenhamo-nos um momento em Mato Grosso.
Que foi Mato Grosso em éras remotissimas? Que foi esse Mato Grosso de 1.478.000 quilometros quadrados, maior que a Venezuela, que o Perú, que a Colombia, que o Equador, que a França, que a Alemanha, que a Italia, que cinco S. Paulos? Que foi essa materia prima de todo um imperio? Um mar. Um fundo de mar. Isso ha milhares de seculos, no periodo siluriano, tempo em que Fleury da Rocha não passava de humilima ameba — serzinho gelatinoso ainda a decidir-se entre o reino animal e o vegetal.
Mato Grosso constitue uma parte do fundo do mar de Xaraés — mar que ainda hoje se denuncia nos residuos subsistentes, do mesmo modo que a rez morta ha muitos anos se denuncia pelos ossos esparsos. Lagos; lagoas e pantanos de agua salgada e toda a imensa area alagadiça do sul (que se chama Chaco nas republicas visinhas e Pantanal no Brasil), representam a ossada dispersa do velho mar do Xaraés. Nesse mar mediterraneo, encurralado pelo levantamento dos Andes e pelas barreiras montanhosas, norte-sulinas, do Brasil atual, formou-se um tremendo deposito de petroleo.
Como afirmar isso? Com bases nas perfurações e estudos feitos nos pedaços desse fundo de mar que constituem territorios das republicas visinhas Bolivia, — Bolivia, Perú, Argentina, Paraguai.