O Escandalo do Petroleo
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Material maravilhoso, de extrema rigidez e durabilidade — e desde então a materia prima da maquina ficou sendo o ferro.

A partir daí o astuto bipede começa a dominar o mundo, a arrostar as leis naturais, a tirar dum ponto o que a natureza pusera noutro, a rir-se de animalões enormes como o elefante e a governar a terra como propriedade sua. Deu de “civilizar-se”, isto é, de sobrepor ás leis naturais uma lei nova saída da sua cabeça, e quanto mais aperfeiçoava a maquina, mais aumentava de eficiencia e pois mais se “civilizava”. Mas o seu “progresso” (que é como ele chama a velocidade do seu civilizamento), via-se embaraçado pela pobreza da força de que dispunha para mover a maquina. Era preciso descobrir algo indolor e potente que substituisse o musculo, — e surge afinal o aproveitamento da enorme fonte de energia mecanica que existe na força expansiva do vapor d’agua.

Maravilha! Aquela coisa tão simples — agua aquecida até transformar-se em vapor — vem libertar o homem do uso exclusivo do musculo dolorido como força motora da maquina. Indolor e de potencia ilimitada!

O progresso intensifica-se. Num seculo de energia mecanica aplicada á maquina o homem faz mais progressos do que em todo o passado da humanidade. Sua eficiencia cresce dum modo tremendo.