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Monteiro Lobato

Mas para ferver a agua torna-se necessario calor. O calor é produzido pela combustão. Para ter combustão o meio é conjugar dois elementos de que a natureza é prodiga, o oxigenio e o carbono. Oxigenio existe na atmosfera em quantidades ilimitadas; já o carbono se mostra mais escasso. Numas zonas existe abundante, noutras rareia. E começa então um desequilibrio de nivel no “progresso”. As zonas, ou os países onde o carbono é abundante permitem que se tenha muita combustão, e pois muito calor, e pois muito vapor d’agua, e pois muita energia mecanica, e pois muita maquina em movimento. E o homem que habita essas zonas começa a crescer tanto em progresso que acaba pondo sob seu dominio, como escravos, os seus irmãos das zonas menos carbonicas. Surge a Inglaterra, que amarra a si toda uma fieira de zonas, ou povos. O seu carbono permite-lhe o mais violento surto de eficiencia da nossa éra.

O mundo passa a dividir-se em países fortes e países fracos. Nos países ricos em carbono, que podem desenvolver enormes quantidades de energia mecanica, o homem aumenta cada vez mais o seu indice de eficiencia.

A primeira fonte de carbono utilizada para criar a energia mecanica foi a lenha. Tinha o defeito da produção limitada e cara, alem do fraco rendimento calorico, da dificuldade de transporte e outros. Depois surge o carvão, raios de sol que nas éras primitivas ficaram soterrados. E o sol