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mato um vulto com passo sorrateiro e cauteloso. Era Lourenço, que por entre o arvoredo os havia seguido, amparado pelas folhagens, quase ombro a ombro com eles, sem que o vissem. Ele entretanto, que também os não vira, ouvira, sem perder uma palavra sequer, toda a conversa que tinham tido os dois conjurados desde a palhoça até a beira do caminho.

Marcelina estava na porta da casa.

Vendo o filho com a espingarda, as primeiras palavras que para ele teve foram estas:

— Que anda fazendo pelo mato a esta hora, Lourenço? Nem sabes que susto acabo de ter.

— Que foi que aconteceu, minha mãe?

— Passou por aqui mesmo, há instantinhos, um homem que, depois de passar, ficou ali de pé a olhar para cá e a fazer jeito de quem queria saber ou ouvir alguma coisa de cá de casa. Sabe quem era? Pedro de Lima.

— Pedro de Lima, aquele malvado?! Virgem-da-Conceição. Entra Lourenço, que quero fechar logo a porta. Ele que anda por aqui a esta hora, fazendo bem não é. Quer saber o que estava fazendo o cabra?

— Fala baixo, que ele ainda pode estar por ai. Mas o que foi?