Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/286

— Uma das suas. Mas o pior foi o que fez o ladrão do moleque, o Germano. Em vez de ser pelo senhor, prometeu ser pelos mascates e botar água dentro das armas, quando o engenho for atacado. Que negro ingrato e perverso! Tive desejos de lhe dar um tiro na cabeça, quando lhe ouvi as traidoras palavras. Mas eu nunca atirei em ninguém.

— Virgem Maria! exclamou Marcelina. Pois querem atacar o engenho?

— Foi o que disse Pedro de Lima. Germano não tarda a passar por aqui. ah! Ali vem ele.

— E que queres fazer? Queres dizer-lhe alguma coisa?

— Quero, sim senhora.

— Vai para dentro, que eu falo ao moleque. Ele a mim há de atender mais do que a ti.

— Ainda bem não tinha Lourenço entrado, quando o negro passava pela frente da casa trazendo o saco de batatas nas costas. Se não me engano, é Germano que vai aí, disse Marcelina em voz alta, a fim de ser ouvida. Sou eu mesmo, sinhá Marcelina, respondeu o negro. Quer alguma coisa?