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os enviar para os sitiados. Um óbice porém apresentou-se imediatamente, o qual muito deu que pensar aos insurgentes — a rixa em que estavam com os habitantes de Goiana, os da Ilha, rixa que tem sua natural explicação, que é a seguinte:

De Itamaracá sede de uma capitania independente de Pernambuco, por doação que a Pero Lopes de Souza fizera por carta de 1º de setembro de 1534 d. João III, fora mudada a câmara para Goiana em 1685. Despeitados, começaram desde então os moradores de Itamaracá a ter para os de Goiana o sobr’olho carregado, e não perdiam ocasião de lhes dar mostras do seu desagrado. Altos empenhos a favor da ilha, se não foram falsas informações movidas secretamente contra a vila, deram lugar a expedir-se em data de 20 de novembro de 1709 ordem regia, determinando voltasse para aquela a câmara que de lá saíra. Este ato veio converter em novos ódios ressentimentos antigos. Por isso não foi preciso, para que os da ilha tomassem o lado do governo, isto é, o da nobreza, mais do que saberem que Goiana se amotinara contra ele. Não podendo porém a primeira competir com a segunda, e havendo até suspeitas de que,