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para impedirem que fossem tomadas pelas autoridades da ilha os gêneros remetidos pelos mascates para o Recife, tentavam estes apossar-se dela, encarregaram os governadores militares o ajudante-de-tenente Gil Ribeiro de ocupar o Forte-de-Orange. O ajudante ai esteve até que partiu, por nova ordem, para Goiana, segundo vimos.

A pacificação desta vila era na realidade empresa que exigia animo e espíritos fortíssimos. Nunca estivera tão acesa ali a fogueira das paixões partidárias, como nos últimos dias que precederam ao da chegada de Gil Ribeiro. A nobreza, em conseqüência da voz, que correra dias antes, de que o bando de Paraíba, de passagem para o Recife, tomaria em Goiana larga desforra das anteriores represálias, entendeu em fortificar-se, posto que sem ostentação, visto como os seus recursos não eram grandes, nas mais importantes embocaduras.

Nesse tempo a vasta campina que hoje se interpõe entre a ponte de Goiana, na Rua-do-rio, e o ancoradouro das barcaças, denominado Porto-da-conceição, era um sitio ocupado por Jorge Cavalcanti, no qual tinha ele grandes olarias. A casa de morada ficava no