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rebeldes, já que os de lá não dão acordo de si. Aí tendes, Sr. Paes o que me escrevem Mota, Correia Gomes e Simão Ribeiro, acrescentou dirigindo-se a Jeronimo Paes. Lede. Quando acabardes, mandai levar ao provincial esta carta do padre João da Costa.

E voltando-se para o barcaceiro, perguntou-lhe como por encher o tempo:

— Que mais, Bartolomeu?

— Na botica do Rogoberto estava muito povo reunido agora mesmo. Dizia um que seu João da Cunha tem a fabrica e os moradores na vila para em caso de necessidade saírem armados contra os mascates. Dizia outro que Antonio Coelho e seu Jeronimo Paes não têm armas nem dinheiro para dar ao povo que os quiser acompanhar ao Recife.

— Qual foi o infame pé-rapado que aventurou semelhante aleivosia?

— Quem estava dizendo isto era o Ricardo.

— Ajustaremos já estas contas, disse Paes. Irei à botica para o desmentir, falarei ao povo. Isso não se atura. Hão de ver para quanto presto.

— Sim, sim, meu amigo. É da maior conveniência opor à mentira o desmentido. Ireis à botica sem falta, não é assim, Sr. Paes?