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— Irei. Porque não? Irei já, agora mesmo—disse o marchante, levantando-se para sahir.

— Antes de irdes, quero lembrar-vos uma providencia. Bem sabeis, sr. Paes, que sem dinheiro não se fundam reinos. Vinde comigo até cá dentro. Acompanha-nos, Bartholomeu. Quero que vejas com teus proprios olhos as coisas quaes são, a fim que possas com segurança saber quanto são infames os que nos irrogam faltas e fraquezas que não temos.

— O pavimento inferior era repartido em duas ametades. Para a da frente, na qual estava a loja com todas as suas dependencias, entrava-se pelo lado da rua; para a outra descia-se por uma escada que communicava com o primeiro andar por dentro de um gabinete secreto. Coelho, Paz e Bartholomeu atravessaram esse gabinete, desceram a escada e chegaram ao pavimento, que se esclareceu á luz de um candieirinho de prata de que se munira Coelho quando teve de descer. O vão occupava uma quinta parte do predio. Não tinha portas nem janellas, nem siquer frestas. Era um como tumulo, sem nenhuma outra communicação com o ar e o mundo, a não ser a que se prendia á escada. Espalhados pelo chão viam-se alguns caixões de pinho, e encostados a