desaforos! E quem era culpado de tudo isto? Aquela besta que logo havia de encontrar em Maués um morador de Silves com quem desse à taramela!

Passeava agitado na varanda, com as mãos atrás das costas, carrancudo, irritado, reproduzindo na fisionomia os traços duros do caráter paterno. Desabafava a ira em palavras grosseiras, que pela primeira vez saíam daquela boca acostumada aos doces fraseados com que captava os ânimos do auditório. Sentia uma grande cólera contra aquele estafermo que ali estava, estúpido e mole, sem ânimo de protestar contra os insultos que ele lhe atirava, e gozava um alívio cada vez que um palavrão porco ou indecente lhe caía dos lábios. O Felisberto, atônito, punha os dedos em cruz, e beijando- os, jurava que não dissera nada ao Costa e Silva, mas S. Rev.ma não o ouvia e continuava a descompostura que só cessou quando o tapuio, corrido e atemorizado, fugiu, receando o castigasse mais severamente do que com palavras.