lama dos brejos e dos chiqueiros, espojara-se na relva como um burrico. Escondera-se nos buracos como as lontras dos lagos e as onças das montanhas. Pulara, correra, brincara à sua vontade, saturando-se do sol, de ar, de liberdade e de gozo.

O pai, o capitão Pedro Ribeiro de Morais, pequeno fazendeiro de Igarapé-mirim, deixara-o crescer a seu gosto, sem cuidar um só instante em o instruir e educar. A mãe, D. Brasília, sempre lhe dera algumas lições de leitura, às escondidas do marido, que não gostava que aperreassem a criança, mas quanto a disciplina e educação nenhuma lhe deram nem podiam dar na pobre fazenda paterna.

Pedro Ribeiro era homem de idéias curtas, e de largos apetites nunca saciados. Em rapaz, segundo contava o Filipe do Ver-o-peso, esbanjara no Pará a pequena fortuna herdada dos pais, de que só lhe restava agora o sítio em que nascera Antônio.

No isolamento da fazenda, vivendo entre negros e caboclos, Pedro Ribeiro tornara-