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O PRECURSOR DO ABOLICIONISMO NO BRASIL
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ro não se envolveu, com Patrocínio, na contenda, a questão não assumira fóros de nacional. Todos os esforços anteriores eram preliminares secundários, tentativas anódinas e anónimas.

E dá uma frase do pai duplamente infeliz: injusta para com todos os lutadores que vinham pelejando antes do ardoroso jornalista do Rio aparecer, e entre os quais Gama ocupa, incontestavelmente, logar de primeiro precursor de acção, de pioneiro destemeroso, surgido no momento em que ninguem falava nem aludia ao problema negro porque era crime duvidar da legitimidade da instituição servil; e corteza no serodio rapapé a uma heroina da hora undécima, que só figurou no caso porque, como Regente do Império, lhe coube assinar a lei aurea. Alguem havia de assiná-la: era a justissima sentença de morte que o povo lavrara contra a obstinação escravocrata da Corôa. E a Princeza só a firmou quando não lhe foi mais possivel protelar o amargo cálice.

Mas, ambas as frases denunciam a quisilia dos Nabucos pelo abolicionista baiano, um gladiador gigante que é um padrão de glória e de orgulho do caracter nacional. Não vem ao caso discutir o tamanho da envergadura dos dois ilustres defensores da causa negra. Mas, se Patrocínio preside a uma das correntes do rio da abolição, porque se lhe deram a este apenas duas bocas para desaguar na posteridade? A foz não poderia ser em feitio de delta, com outros tantos numes tutelares nos seus varios braços? E seria somente o gosto muito oratório de fazer uma frase que levava Nabuco a excluir os outros