Eugênio havia tomado ordens. Dai em diante a desgraçada moça não contou mais com a vida.

O mal que a afligia tomou subitamente proporções assustadoras.

O sangue rico, juvenil e ardente da moça, agitado pelas violentas inquietações e padecimentos da alma, precipitava-se tempestuoso pelas artérias, e solapando os vasos centrais da, circulação, ameaçava rompê-los. O histerismo também de quando em quando lhe enrijava os músculos, e lhe excitava no cérebro abrasado terríveis e deploráveis alucinações.

Era sol posto. Margarida debruçada à janelinha do seu quarto de dormir, olhava para os campos, que se estendiam por detrás de sua casa, entregue a uma tristeza mortal.

O sino da matriz badalou Ave-Marias.

Margarida levantou-se e começou a rezar o ângelus. Uma súbita ansiedade afrontando-lhe o coração sufocou-a e quase a lançou por terra sem sentidos. Margarida teve um triste pressentimento.

— Minha tia - disse ela à sua velha parenta, que nesse momento ia entrando no quarto -, estou muito doente; de um momento para outro posso expirar; parece-me que tenho gangrena no