— Pois a senhora não casou-se!?
— Eu? quem lhe disse isso?...
— Disseram-me; então não é verdade?...
— Não; nunca!... quiseram casar-me, isso sim; mas eu nunca quis... Meu Deus! por que haviam de enganá-lo assim?...
— Ah! meu pai! meu pai! - murmurou consigo o padre - agora compreendo tudo... para que semelhante mentira?... Pobre Margarida! - continuou dirigindo-se à moça - como zombaram cruelmente de ti, e de mim!...
— Isso pouco importa; estou agora bem satisfeita. O que me afligia era pensar que ia morrer sem nunca mais torná-lo a ver.
— Mas, Margarida, eu sou agora um sacerdote...
— Que tem isso? assim mesmo quero-lhe bem... que mal lhe pode fazer o amor de uma moribunda? é padre?... fez muito bem; quem sou eu, pobre desgraçada, para o impedir de seguir uma carreira tão bonita... veja... eu estou bem contente, e dou louvores a Deus...
— Ah! Margarida, não me fales assim.
— Por que não, senhor padre? sinto-me tão feliz! lembra-se, quando nós éramos pequeninos?... não me jurou que a primeira pessoa, que havia de confessar, seria eu? veja como Deus nos ouviu...