bairro, em que ela morava. No fim de contas porém, depois de ter percorrido muitas ruas e parado em muitas casas, fosse por uma fatal casualidade, ou porque o coração, mesmo sem que ele o sentisse, o ia arrastando, achou-se nas vizinhanças da habitação, de que fugia.

Ao avistá-la o coração bateu-lhe uma fatal pancada.

— Ah, Margarida!... pobrezinha! quem te há de valer!... sabe Deus, se estás agonizando e vais morrer sem confissão!... é meu dever lá ir... que posso recear de uma moribunda?... é uma desumanidade, uma pusilanimidade abominável deixá-la morrer ao desamparo... o vigário não está... que remédio tenho senão socorrê-la?... ah! e quem sabe, se já não será tarde!

Pensando assim o padre se encaminhava ora vagaroso e irresoluto, ora a passos precipitados, para a casa de Margarida.

E assim, que o passarinho pousado na grimpa da árvore fascinado pela serpente, que enroscada no tronco fita nele os olhos peçonhentos, hirto de pavor e soltando pios lastimosos vem descendo do ramo em ramo até meter-se na garganta escancarada do hediondo réptil.

Margarida, depois que Eugênio saíra na véspera,