— Então mamãe não quer que eu vá mais lá? - disse o menino quase a chorar.
— Não é isso, filho. Não te digo que não vás; mas é preciso voltar mais cedo, e não ficar lá o dia inteiro. A tua casa é aqui e não lá.
As coisas não passavam destas brandas repreensões, antes queixas da mãe de Eugênio. Este continuava sempre com a mesma assiduidade ao pé de Margarida; todavia o mais que fazia em atenção às ordens ou antes ao pedido de sua mãe, era voltar - às vezes - mais cedo para casa, com grande sacrifício de seu coração. Os pais sorriam-se cheios de satisfação da ingenuidade do "mestrinho", como daí em diante o chamavam, e não lhe levavam a mal as suas longas e quotidianas ausências.
Eugênio não mentia, quando disse a sua mãe que ensinava a ler a sua companheira de infância. O viandante, que por ali transitasse naquela época, teria por vezes ocasião de contemplar à sombra das paineiras junto à pontezinha de que já falamos, um curioso e interessante grupo: um esbelto rapagote de cerca de doze anos assentado na grama, e com um braço passado sobre o ombro de uma gentil menina um pouco mais nova, apontando-lhe as letras do alfabeto.