Eugênio era dotado de índole calma e pacata, e revelava ainda na infância juízo e sisudez superior à sua idade; tinha inteligência fácil e boa memória. Além disso mostrava grande pendor para as coisas religiosas. Seu principal entretimento, depois de Margarida, cuja companhia preferia a tudo, era um pequeno oratório, que zelava com extremo cuidado e trazia sempre enfeitado de flores, pequenas quinquilharias e ouropéis. Diante deste oratório, o menino se extasiava fazendo o papel de capelão, rezando terços e ladainhas e celebrando novenas com a regularidade e com uma gravidade verdadeiramente cômica. Seus assistentes eram os crioulinhos da casa, e às vezes ele tinha por sacristão a Margarida, que com isto muito se encantava.
Em vista de tudo isto os pais entenderam que o menino tinha nascido para padre, e que não deviam desprezar tão bela vocação. Assentaram, pois, de mandá-lo estudar e destiná-lo ao estado clerical.
Naquelas épocas de crença viva e piedade religiosa, ter um filho padre era um prazer, uma glória, de que muito se ufanavam os pais e as mães de família, e mesmo hoje, principalmente entre os nossos morigerados e religiosos fazendeiros,