rou o fogo para a serra e não me deixou cercalos, elles haviam de ficar bem torradinhos. Então o velho tarugo que tem três dedos de banha !... Que bom torresmo não daria !...
O Moirão soltando essa pilheria esparramou a cara em um riso alvar.
— Não lhe pergunto, Aleixo Vargas, a razão que, do homem bom que você era fez ontem um malvado. Em tempo dará suas contas á Deus. Mas aviso-lhe, eu Arnaldo, o sertanejo, que, si descobrir mais seu rasto á uma legoa em roda da Oiticica, vou por elle até onde o encontrar. E nessa hora póde encomendar sua alma.
— Como se entende isto ? disse o Moirão fustigado pela ameaça.
— Qualquer outro que tivesse praticado sua façanha já não estaria aquí, porém amarrado por minha mão na polé da fasenda e entregue á justiça do capitão-mór. Um amigo é diferente : não o trahirei jámais denunciando-o, e ainda menos abandonando-o ao poder de estranhos. Si elle ofender-me, decidiremos essa questão, entre nós, lealmente.
Aleixo quiz fallar. Atalhou-o o sertanejo com o gesto vivo :