disse D. Flor, desatando o pequeno ramal de contas pretas que a sertaneja trazia ao pescoço.
Deitando-o no regaço de seu roupão, tirou do bolso um pequeno embrulho de tafetá, atado com um torçal de prata. Havia dentro um grande rosario, todo elle de contas de ouro, com os padre-nossos de coral e as corôas de marfim. A cruz era de azeviche com o Cristo de Jaspe.
A donzella cingiu o pescoço de sua mamãi com cinco ou seis voltas do rosario e deixou-lhe á final pender sobre o peito a cruz, que teve o cuidado de collocar de chapa, mostrando a imagem do Redemptor.
— Aqui tem ! É um rosario completo com duas corôas e mais um misterio. Assim não carece de passar duas vezes, quando resar sua novena.
Justa não dava sinal de si. Ficara maravilhada com a riqueza e formosura daquele mimo e estava em extase, immovel como uma estatua, receiosa de que o seu menor gesto maculasse aquele primor.
Acabando de arranjar o rosario, affastou-se D. Flor para observar o efeito :
— Está uma dona, mamãi !