O sertanejo parara em face da donzella com os olhos baixos e respondeu em voz submissa :
— Adeus, Flor.
Ou por espontaneo movimento, ou para subtrair-se ao enleio dessa posição, Arnaldo voltou-se para a cabra que lhe seguira os passos, e estendeu-lhe as mãos. O carinhoso animal pousou nas palmas de seu filho de leite as patas dianteiras, e dahi com um salto alcançou-lhe as espaduas.
Ficaram assim os dois abraçados. Arnaldo prolongava de proposito a carícia, perplexo sobre o que devia fazer. Por fim a cabra separou-se e foi sentar-se defronte no seu canto, com os olhos fitos no grupo.
— E á mim não se abraça ? perguntou D. Flor á sorrir.
Arnaldo estremeceu. Vendo-o attonito e mudo, Justa impelliu-o ao de leve pela mão.
— Anda d'ahi, Arnaldo ; abraça tua collaça. Estás tonto da viagem ?
— Deixe-o ; eu vou abraçar mamãi bébé ; disse a donzella, zombando do vexame de seu irmão de leite.
— Ora vejam que partes ! insistiu a ama.