Percebeu então um rumor cadente que se aproximava como o som rijo e breve da pata de um animal no solo duro. Arnaldo conheceu quem era que o procurava e atinou com o motivo :
— E' a mãi que soube e affligiu-se.
Tinha parado á espera. Com pouco surdiu dentre a ramagem a comadre, que chegando perto de seu filho de leite, levantou a pata dianteira para acaricia-lo ; depois do que fitando nelle os olhos, voltou a cabeça para traz na direção donde viera.
— Já sei, respondeu o rapaz affagando o pescoço da cabra ; foi sua comadre que mandou chamar-me e ahi vem. Não é ?
Fazendo um aceno ao intelligente animal, Arnaldo foi ao encontro da mãi ; esta que vinha perto correu a abraça-lo, apenas o avistou.
— Jesus ! Filho de minha alma ! Que foi isto com o sr. capitão-mór, meu Deus ? Uma cousa que nunca, nunca succedeu, em dias de minha vida, nem de teu pai, havia de succeder agora comtigo, por minha desgraça ! Tu perdeste o teu bentinho ? Não, aquí está. Então foi por que te esqueceste de resar ?
— Quando menos se espera, vem os dias maos,