o sertanejo
91

do fortemente sobre o grosso ramo da arvore, a qual estremeceu com seu pezo, estirou os dois braços, que alongaram-se como os arpéos de um guindaste, para abarcarem o corpo delgado de Arnaldo.

     Mas o sertanejo escapou-lhe ao arrocho e galgando os ramos superiores da arvore, suspendeu-se á um delles, trançando os pés. Então deixou-se cair á prumo, agarrou o adversario pelas axillas, e com uma força que não se esperava de seu talhe franzino arrancou o colosso do galho em que se apoiava.

     Um instante o rapaz embalançou o corpanzil sobre o precipicio, onde parecia que iam ambos despenhar-se. Afinal, receando que o pezo enorme lhe rompesse os musculos, escanchou o latagão no ramo do angico.

     Moirão segurou-se automaticamente à arvore. Sua fisionomia, de ordinario simploria, tinha nessa conjunctura uma expressão idiota. O exito da luta o deixara estupefato. Por algum tempo ficou na mesma posição, immovel e basbaque.

     Até que arrancou-se á essa pasmaceira com um arremessão.

     — Foi este diabo ! exclamou, batendo com a