AO ROMPER D’ALVA
Pagina feia, que ao futuro narra
Dos homens de hoje a lassidão, a historia
Com pranto escripta, com suor sellada
Dos pariás miserrimos do mundo!...
Pagina feia, que eu não posso altivo
Romper, pisar-te, recalcar, punir-te!...
Sigo só caminhando serra acima,
E meu cavallo a galopar se anima
Aos bafos da manhã.
A alvorada se eleva do levante,
E, ao mirar na lagôa seu semblante,
Julga ver sua irmã.
As estrellas fugindo — aos nenuphares
Mandam rutilas perolas dos ares
De um desfeito collar.
No horizonte desvendam-se as collinas,
Sacode o veu de sonhos de neblinas
A terra ao despertar.
Tudo é luz, tudo aroma e murmurio,
A barba branca da cascata o rio