Da bela Italiana, nem os cantos,
Nem os festins ruidosos de Veneza,
Sanar puderam de meu seio a mágoa,
E a dor pungente que ia fundo n'alma!
A loira Grécia dirigi meus passos,
Adormeci à sombra dessas ruínas
Onde envolto em seu manto de descrença
Lorde Byron vagou. Abri meu peito
Às vozes divinais de antigas eras,
E no sopro das brisas que passavam
Ouvi o coro de — milhões de deuses —
Que das balsas floridas levantavam-se
À minha invocação; de Tempe ao vale
Fui aos ecos pedir — os doces cantos —
Que ali ditosa repetira Safo
Nos braços de Faon; e no entanto
Em vão minh'alma se engolfar buscava
No livro do passado, — em vão meus lábios
Murmuravam canções de seus poetas!
O pesar me seguia — mudo, — frio —
Horrível como um plúmbeo pesadelo!
Deixei a Grécia. Às regiões ardentes
Onde nuvens de areia o ar percorrem
— No sólio do zenite — o sol nublando,
Onde lenta caminha a caravana
Abrasada de sede e de cansaço,
— Fugindo o tédio de uma vida eivada,
Como — Harold ou René — lancei-me triste
Cercada a fronte de trevosas nuvens.
Descansei sob as tendas do deserto,
Matei a sede de meu peito em fogo
— Nas águas lamacentas das cisternas,
E após deixando os areais sem termos