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Os mistérios da campa interrogando.
Haverá outra vida?... Após a morte
Irei eu habitar um novo mundo
Onde não sinta os desprazeres deste?
Eu filho da matéria e escravo dela
Serei em breve reduzido a lodo,
Após haver tragado em brônzea taça
Tanto fel e absinto?.. assim clamava
Colando sobre a terra dos sepulcros
Minha fronte incendida pela febre.
Mas lá de longe, — lá do céu quem sabe,
Vinha urna voz ungida de saudades,
A harmonia da fé lançar-me n'alma,
E a flor das esperanças — moribunda —
Alimentar com tímidas promessas!
Era ela! ela sempre! à noite, — ao dia —
No sono — ou na vigília!... amiga sombra,
Incessante visão da felicidade,
Presente sempre a meus cansados olhos
Na penosa jornada deste mundo!

Anjo de meu amor! — filha de Deus!
Porque me inflinges o cruel suplício
De ver-te sempre, — de abraçar-te nunca!

Ligeiras nebulosas que habitais
Sobre os mares de éter, — róseas nuvens, —
Fúlgida estrela que à manhã nascendo,
Desperta o viandante nas estradas,
Astros gigantes, — espantosos mundos
Que girais no infinito!.... oh em vós todos
Eu parecia vê-la! — ora divina
Num oceano de névoas flutuando,
— Ora adejando na região das luzes, —
Ora no espaço que a razão apenas
Só pode conceber!... em meu caminho
Ela se erguia sempre; nos meus sonhos