!
Que lume inspirado saltava do rosto,
Dos olhos doridos do escravo infeliz!
XI
Oh! Mauro era belo! Da raça africana
Herdara a coragem sem par, sobre-humana,
Que aos sopros do gênio se torna um vulcão.
Apenas das faces um leve crestado,
Um fino cabelo, contudo anelado,
Traíam do sangue longínqua fusão.
XII
Trinta anos contava; trinta anos de dores
Do estio da vida secaram-lhe as flores
Que a aurora banhara de orvalhos e luz,
Deixando-lhe apenas um ódio sem termos,
E d'alma indomável, nos cálidos ermos,
A chama vivaz que a força traduz.
XIII
Mas isto que importa? dos mares no fundo,
No lodo viscoso do pântano imundo,
Tem brilhos o ouro, cintila o diamante?
E a testa cingida de etéreo laurel
Tem vida se o mundo nodoa-se de fel
E curva aos martírios de um jugo aviltante?
XIV
- Conheces teu crime? - gritou o senhor. -
- Não! - Mauro responde com frio amarg