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O tigre encarando que em raiva o media.
- Pois que, desgraçado! - fremente exclamou,
E erguendo-se rubro, Lotário avançou
Ao servo impassível que ao raio sorria.
XV
- Pois que, desgraçado! tu zombas de mim!
E ousado, insolente contemplas-me assim!
A mão levantando Lotário bramiu.
Mas frio, tranqüilo, sereno o semblante,
Sem dar nem um passo, mover-se um instante,
O escravo arrogante de novo sorriu.
XVI
Conteve-se o bárbaro. - Mísero cão!
Humilha-te, abaixa-te, é tempo, senão
Com férreos açoutes arranco-te a vida!
- Conheces teu crime?
- Ignoro, senhor;
Minh'alma é tranqüila, só tenho uma dor,
E essa é de funda, secreta ferida.
XVII
- Tu'alma é tranqüila! Tu nada fizeste?
Tu contra meu filho brutal não te ergueste,
Nem duros insultos lançaste-lhe às faces?
- Não nego, é verdade.
- Confessas?
- Confesso!
E o escravo agitou-se, do ódio no excesso,
Lançando dos olhos centelhas fugazes.
XVIII
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