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II
Na hora em que as estrelas estremecem
Lágrimas de ouro no sidério manto,
E o grilo canta, e o ribeirão suspira,
E a flor mimosa que ao frescor transpira
Peja os desertos de suave encanto;
III
Na hora em que o riacho, a veiga, o inseto,
A serra, o taquaral, o brejo e a mata
Falam baixinho, a cochichar na sombra,
E as moles felpas da campestre alfombra
Molham-se em fios de fundida prata;
IV
Na hora em que se abala o santo bronze
Da igrejinha gentil no campanário,
Uma voz lacerada, enfraquecida,
Levantava-se amarga e dolorida
Da sombria morada de Lotário.
 II
Eu vou morrer, meu Deus! já sinto as trevas,
As trevas de outro mundo que me cercam!
Já sinto o gelo correr nas veias,
E o coração calar-se pouco a pouco!