uro
Era uma sombra apenas e uma idéia:
Sombra de dor, idéia de vingança!
XV
Não era o seu trajar o de um escravo,
Nem também de um senhor. Sombria capa,
Grosseira, embora, lhe cobria os ombros
E deixava entrever pendente à cinta
Uma faca ou punhal; largo chapéu
De retorcidas abas inclinava-se
Mostrando a vasta fronte; uma espingarda
Trazia à mão direita. Onde encontrara
O escravo estes recursos? Não se sabe.
Dera-lhe alguém, ou os roubara? Mauro
Era nobre de mais: desde criança
Bebera as leis de Deus dos santos lábios
Do velho missionário, e aprendera
A decifrá-las nos sagrados livros,
Embora a furto, a medo, que ao cativo
É crime levantar-se além dos brutos.
XVI
- Mauro!... de novo estupefato, trêmulo,
Ao aspecto do trânsfuga sinistro
O negro murmurou:
- Oh! sim, é Mauro!
Bradou aquele adiantando-se; abre
Esta rede depressa, quero vê-la,
Vê-la ainda uma vez, depois... vingá-la!
- É tua irmã...
- Bem sei. Abre essa rede,
Abre essa rede, digo-te!
- O afric