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DURIANO.
Por amor de mi, Senhora,
Não fareis huma cousinha?
SOLINA.
Digo que vades embora.
Que cousa?
DURIANO.
Esta cartinha.
SOLINA.
Que carta?
DURIANO.
De Filodemo
A Dionysa vossa ama.
SOLINA.
Dizei, que tome outra dama,
E dê os amores ao démo.
DURIANO.
Não andemos pola rama.
Senhora, (aqui para nós)
Que sentis della com elle?
SOLINA.
Grandes alforges sois vós!
Pois hi-lhe dizer que appelle.
DURIANO.
Fallae, que aqui ’stamos sós.
SOLINA.
Qualquer honesta se abala,
Como sabe que he querida.
Ella he por elle perdida:
Nunca n’outra cousa falla.