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MOTE.

Catharina bem promette;
Ora má! como ella mente!

Voltas.

Catharina he mais formosa
Para mi, que a luz do dia;
Mas mais formosa sería,
Se não fosse mentirosa.
Hoje a vejo piedosa,
Á manhãa tão differente,
Que sempre cuido que mente.

Prometteo-me hontem de vir,
Nunca mais appareceo;
Creio que não prometteo,
Senão só por me mentir.
Faz-me, emfim, chorar e rir;
Rio, quando me promette,
Mas chóro quando me mente.

Jurou-me aquella cadella
De vir, pela alma que tinha;
Enganou-me; tinha a minha;
Deo-lhe pouco de perdella.
A vida gasto apos ella,
Porque ma dá, se promette,
Mas tira-ma, quando mente.

Má, mentirosa, malvada,
Dizei, porque me mentis?
Prometteis, e então fugis?
Pois sem tornar, tudo he nada.
Não sois bem aconselhada;