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Como torpe, despida Messalina,
Aos apertos infames do estrangeiro
Traficão dessa mài que os embalou!
Almas descridas do sonhar primeiro
Venderião o beijo derradeiro
       Da virgem que os amou!

Perdoai-lhe, Senhor! nunca vencido,
Se em ferros o lançárão foi trahido!
Como o Arabe além no seu deserto,
Como o cervo no páramo das relvas,
Ninguem os trilhos lhe seguira ao perto
       No murmurio das selvas!

Perdão! por vosso pai! que era valente,
Que se batia ao sol co′a face ardente,
Rei — e bravo tambem! e cavalleiro!
Que da espada na guerra a luz sabia
E ao troar dos canhões entumescia
       O peito de guerreiro!

Perdão, por vossa mãi! por vossa gloria!
Pelo vosso porvir e nossa historia!
Não mancheis vossos louros do futuro!
Nem lisongeiro incenso a nodoa exime!